A preocupação com impactos ambientais e sustentabilidade vêm crescendo desde o início dos anos 80. Uma das maneiras mais diretas que as empresas encontraram para lidar com demandas de mercado (na maior parte das vezes com seus investidores) referente às suas ações de ESG / Meio Ambiente / Sustentabilidade foram os relatórios de sustentabilidade, o GRI é uma destas ferramentas.
Estes relatórios não atestam que a empresa é obrigatoriamente sustentável ou que possui práticas sustentáveis, e sim que a mesma está atenta ao tema quando considera suas diretrizes e operações. Vamos imaginar o público, ou qualquer outra parte interessada tentando comparar duas empresas que são de seu interesse. A comparação já é bastante difícil pois empresas nunca são iguais em seus atributos e muito menos na maneira em que se apresentam, então faz sentido que existam diversas alternativas para se padronizar a confecção destes relatórios. Uma dessas alternativas é o Global Reporting Initiative GRI, uma organização internacional independente que foi criada para auxiliar empresas, governos e outras organizações a entender e comunicar impactos relativos à sustentabilidade (por exemplo mudanças climáticas, direitos humanos, corrupção e outros).
Atualmente o GRI está presente em 90 países e foram reportados mundialmente mais de 5700 relatórios no ano de 2016. Destes, 231 estão cadastrados no Brasil. Se avaliarmos os últimos anos, pode-se notar que o número de relatórios vem se mantendo constante e as grandes empresas se mantém firmes na produção de relatórios, pois, não só são cobradas por diversas partes interessadas, assim como usam as informações contidas neles para ações de marketing e contribuição em Índices de Sustentabilidade.
Relatórios de sustentabilidade, mesmo que seguindo modelos, podem ser bastantes distintos entre organizações diferentes, e, portanto, o próprio GRI se avalia constantemente e busca maneiras de ser o mais abrangente possível. O mesmo já passou por diversas iterações até chegar na sua fase atual, chamada de G4. Sempre vamos encontrar informações interessantes sobre as empresas nos seus relatórios, mas é importante que saibamos alguns princípios básicos na hora de avaliar um documento como esse.
Um exemplo é que as “notas” que os relatórios recebem nada tem a ver com a preocupação real com sustentabilidade ou o impacto das ações da empresa. Na realidade, as notas refletem apenas a quantidade de indicadores que a empresa reportou, ou seja, é uma escolha da companhia na hora de confeccionar o relatório. Mas como poucos conhecem a metodologia, e a nota “A” é muito mais chamativa que as demais, as grandes empresas acabam investindo mais dinheiro para produzir um relatório que atinja a nota, mesmo isso podendo não significar impacto algum em suas ações de sustentabilidade.
O que vale lembrar quando nos dispomos a ler um desses relatórios é que a informação reportada é bastante maleável e muitas vezes difícil de se tangibilizar e, portanto, pode ter sido resultado de diversas suposições. Quando avaliar relatórios do tipo busque entender quais são os documentos ou maneiras utilizadas para gerar os resultados presentes no relatório, e veja se são imparciais.
Indicadores de Energia no GRI
Um importante grupo de diretrizes da GRI e praticamente transversais a qualquer tipo de organização é o de ENERGIA. Na última versão do GRI, são os G4-EN3 ao G4-EN7. Estes itens envolvem desde o consumo interno de energia até o quão eficientes são os produtos ou serviços da empresa. Para que esses itens sejam atestados e verificados na hora de se produzir um relatório, é necessário que a empresa apresente documentos ou provas de suas medições, cálculos e/ou estimativas. Sistemas de gestão de energia automatizam o trabalho de coleta e verificação de dados de energia, além de serem completamente auditáveis e de alta confiabilidade, onde não existe a necessidade de estimativas no processo.
Com sistemas inteligentes de gestão de energia, empresas não só passam a ter controle de seu consumo, como também passam a conhecer os problemas e oportunidades existentes, destravando assim gatilhos de eficiência energética. Outra facilidade trazida por esses sistemas é a quantificação de gases de efeito estufa que podem ser evitados quando projetos de melhorias são implementados.
Se quiser conhecer um pouco mais de como equipes de Sustentabilidade utilizam a inteligência da CUBi para gerar e acompanhar métricas e indicadores de Sustentabilidade no dia a dia, é só chamar um especialista da CUBi para uma conversa, aqui neste LINK.
A documentação oficial dos relatórios GRI G4 pode ser acessada AQUI:
Para acessar o banco de dados do GRI, onde é possível encontrar todos os relatórios GRI já produzidos e cadastrados, basta visitar http://database.globalreporting.org/