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Consumo específico e intensidade energética na prática

No post passado falamos sobre as métricas de performance energética e como identificar uma boa métrica ou até como ajustar métricas para necessidades em específico. Nesse post vamos apresentar uma abordagem mais exploratória do que já existe sendo feito por indústrias e setores. Para início de conversa é fundamental separar os indicadores de performance de empresas de indicadores setoriais (consumo específico). 

Existe diferença entre o consumo específico e outros indicadores?

Os indicadores setoriais usualmente podem ser encontrados em publicações de órgãos setoriais ou estatais. Esses indicadores podem ter duas formas, quando são referidos por “consumo específico” usualmente serão direcionados a setores com processos de produção mais homogêneos, por exemplo cimento, ferro gusa e aço, ferro ligas, não-ferrosos e de papel e celulose. Uma outra opção é a “Intensidade energética“, usada para o caso de setores considerados mais heterogêneos, por exemplo alimentos e bebidas, têxtil, cerâmica, mineração, química e outras indústrias; todos esses setores têm em comum a diversidade de produtos e processos de produção.

Os dados abaixo foram adaptados da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) e também da própria CUBi.

Esses indicadores setoriais auxiliam no desenvolvimento de políticas públicas e também no próprio planejamento energético do sistema interligado nacional (SIN). São eles provavelmente que vocês verão em notícias, estudos e textos que existem mercado afora. Muitos deles também podem ser tomados como indicadores dentro de empresas, como é o caso dos indicadores de produção final em geral, por exemplo kWh por tonelada de resina injetada. 

Ainda assim, indicadores mais específicos são possíveis quando falamos de um indicador usado dentro ambiente produtivo, por exemplo, algumas empresas podem contabilizar kWh por tonelada de resina injetada por hora útil trabalhada com o objetivo de normalizar as diferenças em horas trabalhadas entre diferentes períodos de contabilização (ou de diferentes unidades com turnos diferentes). 

A mensagem principal aqui é que o indicador realmente tem que fazer sentido para sua operação, em específico. Por isso, não existe receita de bolo para desenvolver indicadores, esse exercício requer muito conhecimento da operação e também experiência na gestão de dados de utilidades. E nada melhor que iniciar um processo cíclico. Sente com as pessoas que podem contribuir com o tema (não só a alta gestão, a visão de operadores é sempre valiosa, inclusive na hora de encontrar causas de variações não previstas nos valores), monte sua primeira proposta, utilize seu indicador no decorrer de um período e depois sente com as mesmas pessoas para fazer a avaliação. Sem dúvidas, nas primeiras iterações, a escolha não será ideal e alguns ajustes serão necessários. Para isso agregue outras variáveis de correção e inicie outro teste. Não se alcança um indicador complexo e efetivo do dia para a noite. A complexidade deve ser embarcada com o passar do tempo, de forma que todos entendam exatamente o motivo de cada variável ter sido embutida no cálculo. Esse exercício vai lhe render não só um indicador que reflete a realidade da empresa, assim como fazer naturalmente que a equipe passe a notar aspectos que compõe o indicador e antes não recebiam atenção.O objetivo em apresentar esses exemplos é te inspirar para criar seu próprio indicador de performance energética da sua operação.

Gestor inspirado depois de ver várias ideias no blog da CUBi.

Se você achou seu segmento nas tabelas aí de cima ou quer construir um indicador para você, podemos te ajudar! Entre em contato para batermos um papo sobre o assunto!

Ricardo Dias

Engenheiro ambiental e urbano pela UFABC e mestre em Sistemas Sustentáveis com ênfase em Energia pelo Rochester Institute of Technology. É co-fundador da CUBi e atualmente CEO.

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