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Oferta Interna de Energia (OIE)

O uso de energia pode ser caracterizado em parte como um custo fixo (aquele que não varia caso você produza/venda uma unidade a mais) e também como custo variável (aquele que é proporcional ao seu volume de vendas). Esse fato combinado com a crise do Brasil deixou a mostra algumas marcas estruturais raras de se ver a olho nú. Em 2016 o PIB brasileiro encolheu 3,6%. Quando a produção de riqueza reduz, esperamos também que o consumo de energia, um dos principais insumos da indústria e comércio, também diminua. Foi o que aconteceu, tivemos 3,8% de redução na Oferta Interna de Energia (OIE).

Essa redução, apesar de infelizmente retratar um período de grave recessão de cunho essencialmente político, nos mostra dois fatos interessantes. Primeiro, a correlação entre produção de riqueza e uso de energia é alta (fato exaustivamente testado por muitos outros autores). Essa constatação simples é fundamental para o planejamento e predição de consumo energético tanto a nível de políticas públicas quanto a nível de consumidores. O segundo ponto é relacionado à eficiência, e o fato de que o consumo energético retraiu levemente mais que a queda da produção de riqueza. Mesmo na crise e com recursos escassos, indústrias procuram ser mais eficientes não mais por competitividade mas por sobrevivência.

Um terceiro ponto importante é que mesmo com a OIE diminuindo, se falarmos apenas de energia elétrica, a Oferta Interna de Energia Elétrica cresceu em 0,7%. Esse aumento se deve ao movimento de eletrificação em que a energia elétrica chega a lugares que antes não chegava e também pela troca e requalificação do parque de máquinas que funcionavam baseados em outro insumo energético e passaram a funcionar com energia elétrica.

No contexto mundial, outros países tem tomado um caminho mais agressivo na redução da intensidade energética (PIB/Consumo energético). Dados da IEA (Agência Internacional de Energia) mostram que a intensidade energética global caiu 1,8% em 2016. O indicador caiu 5,2% na China, 2,9% nos EUA e 1,3% na União Europeia. Nos cálculos da IEA, estas quedas geraram bônus de produtividade de US$ 1,1 trilhão para a China, US$ 532 bilhões para os EUA e US$ 260 bilhões para a UE.

Apesar do recente sutil avanço em eficiência energética, a indústria brasileira ainda tem muito o que fazer. Se olharmos para o histórico de intensidade energética, veremos que de 1980 a 2014 o Brasil foi na contramão dos países desenvolvidos e em desenvolvimento ao aumentar sua intensidade energética.

A eficiência energética é um tema ainda pouco explorado na indústria brasileira. Poucas indústria aplicam técnicas de gestão estrutural que vai além da superfície. A CUBi têm ajudado a indústria e comércio a gerir seu consumo energético de forma inteligente prática, gerando resultados rápidos e de alto impacto.

Ricardo Dias

Engenheiro ambiental e urbano pela UFABC e mestre em Sistemas Sustentáveis com ênfase em Energia pelo Rochester Institute of Technology. É co-fundador da CUBi e atualmente CEO.

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