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Eficiência Energética além do financeiro

Provar a capacidade de economia financeira de ações de eficiência energética é fundamental. No entanto, quem passa pelo processo de aprovação de um projeto de ação de eficiência energética também se depara com a necessidade do levantamento de outros argumentos para “vender” o projeto, seja internamente na empresa ou para um cliente externo. Nesse artigo vamos demonstrar maneiras de explorar dimensões de eficiência energética além do financeiro.

Esses argumentos que “orbitam” o retorno financeiro podem ou não ser ancorados em argumentações tangíveis, ou seja, não necessariamente poderão ser convertidos com alta precisão em custos ou ganho de capital. De qualquer forma, enriquecem e qualificam a base argumentativa de todo projeto. As ações de eficiência energética não seguem um padrão e são altamente dependentes de condições locais, por isso é necessário um certo senso crítico sobre o valor dessa ação de eficiência. Duas perguntas costumam ajudar a descobrir o valor além do financeiro.

O que vai acontecer se não fizermos nada?

A resposta dessa pergunta leva o proponente a refletir sobre o custo de oportunidade do projeto. Se nada for feito, a empresa vai ficar menos flexível à variações de mercado (tanto preço da energia quanto volume de vendas)? Se nada for feito, existem riscos operacionais que afetam a produtividade?

Existem benefícios ambientais?

Usualmente projetos de eficiência energética também abarcam melhorias no desempenho ambiental. Uma boa aproximação para o impacto ambiental pode ser tomado pela emissão de gases de efeito estufa (mas não deixe de pensar na geração de resíduos, efluentes e consumo de água e matéria prima). Se você não é um especialista, não se preocupe, para uma primeira estimativa você pode usar os “fatores de emissão”. Esses números indicam, em média, a quantidade de gases de efeito estufa emitidos por cada fonte energética. Use nossa ferramenta de cálculo se for necessário.

Lembre-se que muitas vezes o orçamento pleiteado para eficiência energética está “competindo” com projetos muito diferentes entre si. É comum ver projetos de eficiência energética no mesmo pipeline de projetos que contém projetos de TI e de adequação de layout, por exemplo. Por isso, argumentos além do puramente econômico podem se destacar e fazer a diferença.

Agora sinta a diferença entre um argumento puramente econômico e um mais abrangente.

Econômico:

O projeto de substituição das linhas de arrefecimento por máquinas mais eficientes tem um CAPEX de R$ 1,3 milhões, ROI de 31%, payback de 7 meses e está no primeiro quartil da nossa curva de custo e potencial de economia de energia. Nos próximos 8 anos vai gerar uma economia de R$ 6,7 milhões.

Transversal:

O projeto de substituição das linhas de arrefecimento por máquinas mais eficientes reduzirá nosso risco operacional de parada das linhas produtivas e reduzirá o custo em cenários de alta ociosidade. Calculamos um CAPEX de R$ 1,3 milhões, ROI de 31%, payback de 7 meses, o que garante que ele está posicionado no primeiro quartil da nossa curva de custo e potencial de economia de energia. Nos próximos 8 anos vai gerar uma economia de R$ 6,7 milhões, além disso deixaremos de emitir 430 toneladas de CO2eq. (equivalente ao plantar 2.150 árvores) que reverteria entre US$ 860 e US$ 6.450 em créditos de carbono.

Fonte:

Ricardo Dias

Engenheiro ambiental e urbano pela UFABC e mestre em Sistemas Sustentáveis com ênfase em Energia pelo Rochester Institute of Technology. É co-fundador da CUBi e atualmente CEO.

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