A Internet das coisas (IoT – Internet of Things) é tema bastante constante nas notícias do cotidiano. Hoje, todas as plataformas de notícias têm uma seção de Tecnologia e não é nem um pouco raro ler sobre novos gadgets conectados à nuvem. Temos desde carros inteligentes e smartwatches até sistemas de ar condicionado que aprendem o perfil de uso de uma família e otimizam por si só seu funcionamento. Mesmo que não escutemos sobre inovações na indústria com tanta frequência, um termo similar também existe, é a chamado Internet Industrial das Coisas (IIoT – Industrial Internet of Things). A base do conceito é a mesma: dispositivos – nesse caso máquinas, sistemas – conectados à internet e entre si e não só em funcionamento, mas também coletando dados continuamente para melhorar o entendimento e a visibilidade de um processo. Em alguns casos mais avançados, a própria sensorização do processo cria bases para que a própria máquina saiba o que fazer. Por exemplo: quando deve funcionar, quando deve parar de funcionar, quando a velocidade de produção tem de ser aumentada ou reduzida. Tudo isso baseado em dados reais (e muitas vezes em tempo real) de um processo produtivo.
Existem diversos termos ligados à Internet Industrial das Coisas e mesmo que existam algumas diferenças de opiniões sobre suas definições, o impacto final delas é muito semelhante. Alguns exemplos de termos utilizados em conjunto com a Internet Industrial das Coisas: a Quarta Revolução Industrial, a Quarta Revolução Industrial na visão da McKinsey, a Indústria 4.0, as iniciativas do governo alemão no Industrie 4.0, a Manufatura Avançada nos EUA e por aí vai.
As empresas de tecnologia têm apostado alto nesse mercado. As gigantes do setor criaram centros de inovação e prototipagem onde reúnem diversas iniciativas mundo afora. A IBM por exemplo tem um centro de U$ 200 milhões em Munich que é focado em IoT. Na outra ponta da régua é possível ver a criação de diversas empresas menores de tecnologia (muitas das quais Startups), criadas exclusivamente para resolver problemas específicos de uma maneira nova ou com um produto novo. Os números não são exorbitantes, mas o número dessas pequenas empresas focadas no universo industrial e mais especificamente na Internet Industrial das Coisas vêm crescendo no mundo e no Brasil também.
Mas nem tudo são maravilhas. Assim como todas as grandes transformações no setor da indústria no passado, as dificuldades são grandes. É necessário que várias forças sejam combinadas para que projetos saiam do papel. A Infraestrutura física do local (conectividade) tem de existir com boa qualidade nos setores de produção. Além da infraestrutura permitir, diversas áreas das empresas que recebem o serviço devem estar alinhadas e prontas para derrubar as barreiras inerentes que aparecem quando uma empresa irá conectar máquinas e um processo produtivo à internet (e consequentemente ao resto do mundo). Segurança de dados e permissões são temas delicados que tem de ser abordados com mais frequência pelo mercado. É um trade-off. A maior conectividade gera vários benefícios, mas também aumenta as vulnerabilidades que devem ser avaliadas com calma e objetividade. Além de todos os aspectos técnicos, existem também barreiras culturais. A oferta de novos modelos de negócios, serviços ou produtos em linha com a Internet das Coisas Industrial exige um planejamento e uma participação ativa das empresas que estão realizando a compra dos mesmos.
O importante é entender que esse momento em que vivemos é sim parte de uma revolução industrial. A junção dos ativos do mundo físico com o poder da conectividade e processamento de alto volume de dados dentro de um ambiente industrial pode resultar em grandes saltos de eficiência. Eficiência tanto em produtividade (otimização do processo) como também em conhecimento que impacta diretamente no poder de gestão dos tomadores de decisão. Hoje, quanto maior o parque industrial, mais difícil é de manter o controle das variáveis de cada máquina. Nós conhecemos bem essa realidade aqui na CUBi, temos clientes com mais de 1000 máquinas em operação ao mesmo tempo, você consegue imaginar a dificuldade de uma equipe ou um gestor de realmente capturar informações reais de um processo grande como esse? Seria preciso um exército de colaboradores.
Mesmo com todas as dificuldades, nós sabemos que o mercado está sempre se adaptando e buscando maneiras de se eficientizar para aumentar sua competitividade. Essa é a essência da Indústria. Soluções não faltam e a cada dia surgem mais, e são estas que ganham cada vez mais espaço no mercado, inovando na tecnologia, no produto, na maneira de entregá-lo e aí por diante.