Com a sola do sapato mais fina que um fio de cabelo, começamos a enxergar padrões bem definidos nas práticas de gestão energética das empresas que temos contato. Foi assim que passamos a avaliar as empresas por nível de maturidade em gestão energética. A categorização é um tanto quanto evidente para quem vê de fora, mas dificilmente é visível para quem olha de dentro. Por isso, esse post tem o objetivo de contar um pouco das principais características dos cinco níveis de maturidade das empresas nas práticas de gestão energética que encontramos no mercado ao longo de nossos 12 anos de experiência acumulada nesse mercado.

Antes de começar é importante lembrar que cada empresa tem uma história, avança em velocidades e orientações diferentes e pode ter filosofias gerenciais distintas. No entanto, quando falamos em gestão energética, a partir de características da gestão e “sintomas” reportados é possível posicionar as empresas objetivamente em uma escala de maturidade em gestão energética muito bem definida e que se aplica independentemente do tipo, setor ou estilo da gestão da empresa.
Nível de maturidade em gestão energética
Na verdade construímos a métrica como uma ferramenta interna para o uso de nossa equipe de sucesso do cliente. O objetivo foi entender o posicionamento de cada cliente, quais são suas dores atuais e futuras, e também quais são seus próximos passos para obter um melhor desempenho. Ainda assim, entendemos que não necessariamente o nível mais alto de maturidade é alcançável ou desejável para todas organizações, cada caso é um caso e o ponto ótimo de cada um depende de suas condições e objetivos.
Com o crescente interesse dos próprios clientes e parceiros em conhecer melhor nossa forma de categorização, resolvemos consolidar aqui nossos níveis de maturidade. Dessa forma esperamos ajudá-los em um exercício de autoconhecimento e também que contribuam para evoluirmos constantemente com essas definições!
Tudo pronto? Bora às definições da cada nível!

Nível Contábil
A gestão energética é feita de forma administrativa e contábil. O processo é operacional e envolve apenas o pagamento das faturas de energia, sem controle de parâmetros técnicos ou entendimento do que está sendo cobrado.
Principais características: Consumo de energia é imprevisível, pouco controlado e gerido de forma reativa.
Nível de Informação sobre gestão energética
A gestão energética se desenvolve a partir de problemas específicos percebidos pelos gestores. A partir disso, esforços são empenhados em coletar dados para diagnosticar pedaços específicos da operação com ou sem auxílio de mão de obra especializada.
Principais características: Esforços em direção à gestão energética estão enquadrados dentro de projetos em específico. O insumo continua a ser gerenciado de forma reativa. Planilhas começam a ser utilizadas para a gestão do consumo.
Nível Sobrevivência
Neste nível a gestão energética a partir de informações básicas de consumo é aplicada na organização como um todo. Os consumos de partes específicas da empresa são estimados a partir de inventários de equipamentos, as ações de eficiência energética começam a ser justificáveis, porém ainda não consolidadas claramente em um mapeamento.
Principais características: Ações de gestão energética tomam o âmbito organizacional e gestão acontece de forma proativa.
Nível Competitivo / Avançado
No nível competitivo a organização se interessa em buscar o monitoramento e medição de suas operações em frequências temporais menores que os ciclos contábeis. Ações de eficiência energética estão sempre contextualizados dentro da operação e modelo de negócio da empresa. Também é comum ter a visão exata do posicionamento da empresa em relação à performance dos concorrentes/peers. A camada gerencial já está comprometida com o tema e um Sistema de Gerenciamento de Energia (SGE) já começa a ser desenvolvido.
Principais características: Principais processos são medidos e monitorados, o uso de plataformas de gestão de energia é comum.
Nível Governança Energética
Este nível se encaixa nas organizações que constroem um sistema de governança energética, ou seja, existe um SGE implantado que permeia desde áreas produtivas até o comprometimento da alta liderança na manutenção e melhoria contínua de um sistema de monitoramento e gestão do insumo energético com foco na melhoria contínua da performance energética. A aplicação da ISO 50001 ou partes de suas diretrizes é comum.
Principais características: Foco contínuo na melhoria da gestão e indicadores de performance.

Me posicionei no nível de maturidade em gestão energética, e agora?
Depois que você se posiciona é fundamental compartilhar e informação dentro da empresa. Este não deixa de ser um exercício de autoconhecimento e, por isso, é fundamental que isso seja um movimento muito mais de dentro para fora da empresa do que de fora para dentro. Portanto, o processo de convencimento e disseminação dessa discussão pela empresa é indispensável (compartilhe este post!).
No segundo passo o desafio é definir onde sua empresa quer se posicionar nessa escala de maturidade. Como comentamos no início, nem sempre o último estágio é o melhor para sua empresa.
O terceiro passo é criar um plano de manutenção do nível que está (se este for o nível ideal para você) ou de desenvolvimento para níveis mais avançados. O envolvimento da liderança da organização aqui é vital para o desempenho de um bom plano!
No próximo post vamos falar um pouco sobre a distribuição de maturidade de nossa base de clientes e como enxergamos a evolução desse cenário.
Ficou interessado em saber mais? Quer uma ajuda para construir seu plano de melhoria? Entre em contato e batemos um papo!
Muito legal e útil o artigo.