Em 2021, assim como nos anos anteriores, estamos passando por um período onde o aumento da conta de luz está se tornando cada vez mais comum. Recentemente, nós já falamos um pouco sobre uma das situações que interferem no preço da conta, no caso as Bandeiras Tarifárias. Agora, viemos aqui explicar um pouco mais de outro fator extremamente importante (principalmente para consumidores de alta tensão, chamados de Grupo A, com demanda contratada), que é o consumo em horário de ponta (horário de pico) e fora de ponta. Mas para entender da melhor forma possível, vamos antes recapitular um pouco o significado de Demanda e Consumo.
Relembrando diferença entre Demanda e Consumo de Energia
Por ser uma das maiores dificuldades na hora de entender a conta de energia, nós temos um conteúdo completo sobre esses 2 termos. Se você não sabe a diferença entre eles, vale dar uma olhada no artigo de Consumo e Demanda de Energia
Para quem não der uma lida, segue uma recapitulada:
O termo demanda que o mercado sempre utiliza é referente à demanda de potência, que tem como unidades mais comuns o kW (quilowatt) e o MW (megawatt). Exemplo: Imagine que existam 10 motores e 100 lâmpadas dentro do seu galpão. Todos estes elementos possuem sua própria potência, que pode ser verificada inclusive na etiqueta em cada um deles. Se pegarmos tudo ao mesmo tempo, estaremos demandando uma potência que teoricamente é a soma de todas as potências.
Esse elemento é super importante porque existe uma parcela da conta de energia voltado totalmente para ele, a Demanda Contratada, que tem direito a seu próprio conteúdo também.
Já o consumo de energia, nada mais é que a demanda explicada acima durante um intervalo de tempo, e diferentemente da demanda, o consumo é algo que iremos acumular com o passar do tempo. Exemplo: a água. Se usarmos 100 L de água em um mês, pagaremos pelos 100 litros consumidos. A energia é igual, se usarmos 100 kWh no mês, iremos pagar por esses 100 kWh consumidos.
Horário de Ponta e Fora de Ponta
Agora que lembramos a diferença entre demanda e consumo, vamos para o assunto principal, horário de ponta (também conhecido como horário de pico).
Essa separação de horário nada mais é que um período do dia em que historicamente a carga no sistema interligado nacional é mais elevada, sendo sempre 3 horas consecutivas geralmente entre 17h e 21 horas. Um ponto que é referenciado por todos para explicar esse horário é que ele reflete a saída de trabalho das pessoas, que estão chegando em casa e ligando aparelhos, chuveiros, etc..
O principal impacto do horário de ponta está no seu preço mais elevado para consumidores de alta tensão (Grupo A). Esse acréscimo no valor pode chegar a ser 3x maior do que o valor cobrado no horário fora de ponta (o restante das horas do dia, além de finais de semana e feriados), mas ele varia de distribuidora para distribuidora.
Relação Horário de Ponta com Enquadramento Tarifário
Agora vem “a cereja do bolo”, um elemento que só pode ser analisado depois que o gestor aprendeu as diferenças entre consumo e demanda, sobre demanda contratada e também sobre a existência dos custos diferenciados em horário de ponta. O enquadramento tarifário dentro da tarifa horosazonal é uma escolha que deve ser feita em linha com a situação ideal para sua empresa / indústria, não gastando assim mais que o necessário e nem contratando mais (ou menos) demanda do que irá usar!
Esse tema também é tão importante que temos um conteúdo focado sobre ele, aqui em Enquadramento tarifário, qual o melhor?
Mas em resumo, vamos citar as 2 opções que encontramos no mercado:
A Tarifa horosazonal Azul: É caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e de demanda de potência, de acordo com as horas de utilização do dia (ponta e fora de ponta). Os consumidores enquadrados nessa modalidade, portanto, possuem duas tarifas diferentes para demanda e duas tarifas diferentes para consumo dependendo do horário de consumo, ambas diferenciadas em horários de ponta e fora de ponta.
A Tarifa horosazonal Verde: Essa modalidade tarifária é caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia, assim como de uma única tarifa de demanda de potência. Os consumidores enquadrados nessa modalidade, portanto, possuem duas tarifas diferentes para consumo dependendo do horário de consumo e uma tarifa única para demanda de potência.
Agora que sei sobre isso, como posso me beneficiar?
Conhecemos e atendemos muitas empresas de pequeno e médio porte de vários segmentos que nunca nem ouviram falar em horário de ponta e por isso acaba, consumindo de forma desenfreada sem nem saber que estão pagando extremamente caro por isso. Já vivemos situações onde nosso trabalho foi tão simples quanto fornecer essa informação sobre consumo em horário de ponta e prover um acesso em tempo real aos dados da empresa para o gestor que por conta própria realizou reduções de mais de 15% na conta mensal, sem investimentos financeiros.
Em resumo:
- Tenha o conhecimento sobre o que está em sua conta de energia (isso você pode fazer aqui mesmo em nosso blog, basta navegar pelos artigos disponíveis, todos gratuitos);
- Procure ferramentas que lhe ajudem a acompanhar estes elementos no dia a dia e seja capaz de encontrar problemas e oportunidades de economia. Esse post sobre MONITORAMENTO pode ajudar nisso, ele detalha as diferentes ferramentas e abordagens do mercado.
Caso esteja sentindo dificuldade para determinar o perfil de consumo da sua indústria, ou não saiba a melhor maneira para fazer a sua gestão de energia, fique a vontade para entrar em contato com a nossa equipe!
Belo conteúdo! O problema é racionalizar a produção para diminuir a Demanda e diminuir o consumo no Horário de Ponta.
Obrigado João Carlos! Que bom que gostou do conteúdo!
Didáctico e muito útil! Parabéns pelo artigo. Sou leigo no assunto mas consegui entender!
Uma dúvida que tenho a muito e talvez possa me responder (rsrsrs), em uma operação de solda onde o pico no consumo de energia se dá no momento da solda, há um mito de que a energia cobrada será medida no ponto mais alto, eu acredito que não, saberia me dizer se isso é uma verdade?
Fala Marcio, tudo bem?
Obrigado pelo feedback!
Na realidade não é um mito, é sim um dos mecanismo de cobrança da distribuidora, porém, não é o consumo medido no ponto mais alto e sim a Demanda sendo medida.
Para mais informações entre essas diferenças, veja esse artigo: https://www.cubienergia.com/diferenca-demanda-consumo-energia/
Se quiser ter esse tipo de resposta (da onde vem o custo) e a forma com que ele ocorre para agira sobre, chame nosso time que podemos explicar com mais calma:
https://wa.me/5511955569930
Um abraço!