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Bandeira Vermelha na Conta de luz

Atualização Setembro 2021: A ANEEL, na data de 31 de agosto de 2021, criou uma nova bandeira de conta de energia, acima da bandeira vermelha, intitulada como “Bandeira de Escassez Hídrica”. A nova bandeira tem o valor de R$14,20 por 100 kWh e será aplicada à conta de luz a partir do dia 1º de setembro de 2021. A bandeira ficará em vigor até 30 de abril de 2022.


Nesse último mês de agosto de 2021, você pode ter visto com mais frequência algumas notícias com títulos sobre “Conta de luz seguirá com bandeira vermelha em agosto” ou “Novo reajuste da bandeira vermelha deve aumentar conta de luz em 5,5% para família com consumo médio”, falando basicamente sobre o aumento na conta de luz nos últimos tempos. Todas estas notícias estão centradas na Bandeira Vermelha, algo que muitas pessoas não compreendem o que significa, mesmo que traga aumento para as contas de energia de todos os brasileiros. Hoje vamos explicar as principais características da bandeira vermelha e o que devemos fazer nos momentos em que ela está ativa..

O que é a Bandeira Vermelha?

Antes de mais nada, para entender sobre a bandeira vermelha, é preciso conhecer o que são as bandeiras tarifárias (o qual a bandeira vermelha faz parte!). Caso você não conheça ou tenha esquecido, temos um artigo aqui da CUBi que explica com mais profundidade  sobre elas (O que são Bandeiras Tarifárias?). 

A principal diferença da bandeira vermelha para as outras categorias, é a divisão da cor em mais 2 categorias, sendo elas “Patamar I” e “Patamar II”. Para dar um exemplo, no último mês de Julho/2021, a bandeira tarifária foi a vermelha patamar II (a mais alta!), no qual o seu valor se encontrava em R$ 9,49 a cada 100 kWh consumido. Isso é bastante dinheiro, especialmente se comparam com a bandeira vermelha de Patamar I que adiciona R$ 3,971 a cada 100 kWh, é mais que o dobro!!

O que causa a Bandeira Vermelha?

Após entender sobre o que é a bandeira vermelha, é preciso também explicar o motivo dela entrar em vigor. Primeiramente de uma forma bem simples: em situações de épocas mais chuvosas, a tendência é a bandeira tarifária ficar no verde. Em períodos de estiagem, muito provavelmente ela subirá para amarelo ou para vermelho. Agora vou explicar o porquê: a principal fonte de energia hoje no Brasil é são as usinas hidrelétricas, na qual utiliza-se a força da água para gerar energia, portanto sempre que os reservatórios se encontram em alta, a geração de energia é a melhor em relação a produção e custo benefício, assim ficando na bandeira verde. 

Por outro lado, nos períodos de estiagem, é muito comum a queda do volume de água nos reservatórios, consequentemente diminuindo a produção de energia das hidrelétricas. Quando isso acontece, é preciso produzir energia através de outros meios, como por exemplo usinas termelétricas, cuja a produção de energia é mais cara, o que causa essa necessidade de aumento de preço pro consumidor.

Qual o valor que a bandeira vermelha se encontra?

Realmente a parte que impacta todas as casas: qual o valor da bandeira vermelha?

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), está sempre atualizando os valores das bandeiras um pouco antes do início de cada mês em seu site e relatando em qual bandeira o país se encontra no momento. Nesse momento (Agosto/2021), as bandeiras vermelhas possuem o valor de:

  • Patamar I: R$ 3,971 a cada 100 kWh 
  • Patamar II: R$9,492 para cada 100 kWh

Nessa foto também será um exemplo de onde você pode encontrar o valor da bandeira na sua conta de luz! (em cada região a informação pode variar de acordo com a empresa que fornece energia)

Exemplo de conta de energia e bandeira tarifaria
Exemplo de como é demostrando em uma versão de conta de luz as bandeiras tarifárias.
Exemplo das bandeiras tarifarias na conta de luz
Exemplo de como é demostrando em uma versão de conta de luz as bandeiras tarifárias.

Como evitar um preço alto na minha conta de luz?

A principal consequência do valor da bandeira vermelha está em todas as contas de luz, o qual o alto valor pode ser um ótimo incentivo para introduzir alguns hábitos de economia de energia. No caso das empresas, é muito importante saber de onde vem o seu consumo de energia e quais podem ser os ajustes necessários para diminuir o gasto na conta de energia. 

É importante repetir um ponto. As bandeiras tarifárias estão associadas ao consumo de energia da empresa. Quanto maior o consumo, maior o adicional e quanto menor o consumo, menor a adição de valor.

Aqui vamos mostrar algumas estratégias que podem ajudar e colocar links para conteúdos mais técnicos caso queiram aprofundar:

1.Entender e auditar a Conta de Energia

Uma dica que não resolve exatamente o problema do consumo de energia, mas pode ser uma forma de controlar o custo em geral. Talvez seja mais fácil corrigir outros aspectos na fatura de energia do que pensar inicialmente em consumir menos. São bons exemplos de itens a serem avaliados:

  • Demanda contratada – (ela pode estar subdimensionado ou superdimensionada), em ambos casos, a fatura de energia permite uma análise superficial e sistemas de monitoramento permitem o correto dimensionamento.
  • Fator de Potência – avaliar se não existem multas ocorrendo:
  • Consumo e custo alto na ponta, em horário onde a energia é mais custosa. Dependendo de sua distribuidora, o impacto pode ser grande.

2. Tenha controle do consumo de energia

Uma das dicas que mais podem ajudar e impactar no seu processo industrial e na sua conta de energia (e ainda uma das especialidades da CUBi), está na adição de um sistema de monitoramento de energia. Não entenda um sistema de monitoramento como algo super complexo que requer alto investimento financeiro. Lógico, tudo depende do objetivo da empresa, mas lhe garanto que se a empresa gasta mais de R$ 25k por mês de energia, já vale um sistema simples que não irá custar nem 1% desta conta. Se quiser ler um pouco mais das opções, dá uma visitada neste link: 

Se não quiser investir em um sistema mas ainda quer iniciar um teste de controle de energia, organize uma equipe para ir até o relógio da distribuidora de tempos em tempos (pré determinados) e anotar o consumo do último intervalo. O contador visível ali é infinito, então basta subtrair o valor atual da última leitura feita e saberá o consumo no intervalo.

3. Definição de metas de redução e desperdício de energia

Para aqueles que já possuem um sistema de monitoramento de energia e estão habituados a acessar essas informações de suas empresas, façam uso delas de forma estratégica. Trace indicadores entre seu volume produtivo e o consumo de energia. Avalie a tendência das últimas semanas, meses, anos. Está subindo ou descendo? E em comparação ao mercado? A empresa está bem ou mal?
Delimite uma meta de redução, traga sua equipe de manutenção, de custos, de produção para essa conversa e compartilhe a situação. Muitos gestores deixam algo tão simples quanto isso de fora de seu calendário e não imaginam a oportunidade de economia que pode ser gerada por equipes alinhadas com o problema de gasto energético excessivo.

4. Avalie alternativas de energia

Eu comentei ali em cima que os custos com bandeiras tarifárias estão associados ao consumo de energia de uma empresa. Porém, isso só é verdade para empresas que fazem parte do mercado cativo de energia, que compram energia da distribuidora. As empresas que estão no mercado livre acabam não tendo de pagar as bandeiras. Mais sobre Mercado Livre. Outra alternativa é a geração de energia in loco, com painéis fotovoltaicos, por exemplo. Como a empresa está gerando a própria energia, nesta parcela não incidem as bandeiras tarifárias.

Fabiano Fabricio

Analista de Marketing da CUBi Energia Graduando de Design no Instituto Mauá de Tecnologia.

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