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Composição da Conta de energia

É comum recebermos todo mês tantas contas que nem paramos para pensar o que exatamente estamos pagando.  Com a conta de energia não é diferente.  São poucas as pessoas que se interessam no consumo energético que está discriminado nos custos de energia elétrica, e sobre isso que este artigo irá tratar. A composição da conta de energia.

Uma conta de energia elétrica é composta basicamente de alguns componentes: demanda, consumo (ativo e reativo), multas e impostos. Além destes, sempre podemos encontrar subsídios, cobranças especiais, geração de energia, etc. A seguir há uma breve descrição dos principais componentes:

Demanda de energia:

A demanda corresponde ao valor de potência máxima em kW (quilowatt) que as instalações, somadas, podem consumir. Esta parcela da conta é composta por um valor fixo que corresponde à quantidade de potência máxima instalada multiplicada pela tarifa cobrada por kW. Por exemplo, se uma empresa possui uma demanda contratada de 90 kW e o contrato de sua distribuidora de energia prever um valor  de 8 R$/kW, o valor correspondente à demanda contratada na conta será de 720 reais. Se quiser entender um pouco mais sobre o elemento DEMANDA na conta de energia, visite este conteúdo mais completo: Post – Demanda e Consumo de energia, qual a diferença?

É importante que a demanda seja revisada sempre que houver alguma mudança nas instalações, pois a capacidade de consumo máximo de potência pode mudar. Se o pico de potência atingido passar do máximo contratado por um período maior que 15 minutos, será cobrada a Tarifa de Ultrapassagem sobre a potência consumida neste período, que é 100% mais cara que a tarifa normal.  Da mesma maneira, se a demanda contratada estiver muito acima da potência instalada, o cliente estará pagando mais que o necessário.

Consumo: Composição da conta de energia

O consumo é de fato a quantidade de energia utilizada nas instalações do cliente e é medida em kWh (quilowatt-hora). Esta quantia é calculada multiplicando-se a potência na entrada pelo tempo em horas. A tarifa em R$/kWh é cobrada sobre o somatório da energia no período de um mês, e está sujeita a alterações constantemente. Um dos motivos de alteração na tarifa é a aplicação das Bandeiras Tarifárias, onde um acréscimo é aplicado de acordo com o aumento no custo da produção de energia, conforme as condições para essa geração como, por exemplo, o nível dos reservatórios nas hidrelétricas. Vale lembrar que existe mais de uma categoria disponível para clientes comerciais e industriais (convencional, horária verde e horária azul). A melhor escolha entre elas depende totalmente do perfil de uso de cada cliente.

Impostos:

Os tributos que incidem sobre a venda de energia elétrica são o ICMS, COFINS , PIS/PASEP e a CIP. A alíquota do ICMS varia de estado para estado, ficando geralmente entre 18% e 25%. O COFINS e o PIS/PASEP são tributos federais destinados a despesas de saúde, previdência, assistência social, financiamento do programa Seguro-Desemprego e abono aos empregados que recebem até dois salários mínimos. Uma curiosidade em relação a estes impostos é que eles são calculados “por dentro”, ou seja, estes tributos são calculados com seus próprios valores na base de cálculo. A CIP é recolhida pelo município e é utilizada para serviços de projeto, implementação, expansão, operação e manutenção das instalações de iluminação pública para o município. 

A dificuldade das pessoas em entender contas de energia não é algo novo. O setor elétrico brasileiro é bastante complexo e as pessoas não estão brincando quando falam que é necessário um PhD para entender uma simples conta. Se quiser aprofundar sua pesquisa sobre faturas de energia, e mais importante, quais oportunidades de economia de energia e financeira existem nesses documento, sugiro esse outro conteúdo: GESTÃO DE FATURAS DE ENERGIA.

Para saber sobre regulações da conta de energia: http://www.aneel.gov.br/

Bruno Scarpin

Engenheiro Mecatrônico pela USP e Mestre em Sistemas Integrados de Manufatura pelo Rochester Institute of Technology. É cofundador da CUBi e atual COO.

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